terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Yes. I'm an Archie.


Hoje apetece-me falar sobre música.
Ultimamente ando a ouvir música dos anos 70 (ABBA por exemplo) para o sarau de Natal. Contudo, hoje levei para o trabalho o cd do David Archuleta. Ouvi várias vezes e a sensação que fico é que sabe sempre a pouco. É um som altamente viciante. Melodias compassadas, letras sobre corações partidos, pop no seu melhor. Adicionado a isto está a voz altamente versátil do David. E estamos a falar dum puto que pode vir a ser grande. Ouvi-lo cantar "When you believe" é assustador porque ele atinge um falseto sem desafinar.
Go Go David, you know what they say, you'll gonna make it through the day
tru ru ru

Mudando de assunto, estamos em plena época natalícia e já sabe tão bem ouvir músicas da quadra, quer sejam interpretadas por clássicos como Ella ou Frank, como por The Killers, Sufjan Stevens. Mas este último reinventa grandes temas natalícios e dá-lhes aquele cunho indie, do seu bandolim e a magia é ainda maior.
Eu adoro o Natal. Se pudesse tirava férias o mês todo para preparar presentes, escrever cartões, decorar melhor a árvore de Natal (se bem que este ano a árvore está bem gira com umas bolas que comprei na "Pórtico" do Bom Sucesso).


http://www.youtube.com/watch?v=QQAmwRM-vXU

uma música catchy com odor a neve

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

moon effect

Parece que é desta. Regressei ao blog, pois a vontade de escrever era imensa.
Devo confessar que pensei iniciar um com a minha melhor amiga Andreia. Um blog sobre o amor e as suas aventuras e, porque não, desventuras. Não seria fidigno sem os dissabores das relações amorosas. Como não passou dum projecto, dum devaneio momentâneo, aqui estou a escrever novamente, passado um dia num misto de sweet profusion.
De noite as ideias fluem facilmente e a própria noite é companheira e confissora da escrita. Nesta altura do dia, em que o silêncio é sepulcral, poucas pessoas vagueiam na rua, o vento bate na janela provocando um arrepio na espinha e o som da chuva aproxima-se gradativamente, sinto-me mesmo no ponto de rebuçado para dissecar o que me vai na alma.
Consigo acreditar no amor? Já se passou tanto tempo que, honestamente, não sei bem o que é sentir que o mundo rui à nossa volta com a ausência do amado. Não me recordo do que é esperar um mês para ir ter a uma cidade distante da minha para poder estar um dia, dois no máximo a seu lado. Será que ainda saberei escrever poemas, cartas de amor e serei capaz de enviar músicas que me dizem muito para alguém?
Já se passou mesmo muito tempo e a fonte secou. A espera tem sido longa e penosa. Pago bem caro por decisões tomadas no passado que mudaram decisivamente a minha vida e só devo a mim a escolha desse caminho. Posso, ainda assim, sentir-me culpado todo o dia. Mas nada disto altera. O arrependimento não traz de volta o meu amor. Não posso viver novamente com o coração nas mãos, com a ânsia de estar no último lugar do autocarro e ver que só faltam 5 minutos para chegar à estação-destino. Não posso porque uma vez ferida e despedaçada a alma, a mesma não consegue esquecer e voltar ao que era. Sim, voltar ao que era, trata-se disso mesmo. Gostaríamos de voltar ao que era, ao porto seguro. Mas a chuva continua, o vento ainda bate na janela e o frio invade o meu quarto. Estou só. Não se encontra ninguém a meu lado.
No entanto, prefiro assim. Agarro-me às memórias dos tempos felizes, do que tive e não procuro refúgio em abrigos de uma noite, escolhas que nos preenchem transitoriamente. Nesse aspecto, sou forte. Tenho-o sido.
A vida ensinou-me que há coisas que à primeira não correm bem. Dou-vos o exemplo de quando conhecemos um colega de trabalho que acaba de chegar à nossa empresa. Este vem abalar o ritmo e espírito de equipa, porque forçosamente quer se ambientar, "enturmar". Ao primeiro impacto, não damos oportunidade ao elemento recém-chegado. Evitamo-lo, repudiamo-lo. Todavia, com o tempo percebemos que fomos injustos e que até sofremos o mesmo, que também nós fomos palmeirinhas na ilha milenar e fomos objectos de repulsa por parte dos colegas mais experientes, prata da casa. Aprendemos deste modo a dar uma hipótese. Claro que podemos nos vir a arrepender da mesma, mas não interessa tanto agora isso. Interessa sim perceber que desafiámos as nossas estruturas pré-concebidas. Muitas das vezes não nos arrependemos das segundas hipóteses.
Acontece que há um tempo para perdoar e há um tempo para esperar pelo perdão. Este último esgota-se e começa-se a ficar aberto a novas aparições de sensações.
Era tudo mais fácil se amar alguém fosse como programar a Bimby para fazer muffins. Arranja-se os ingredientes, prepara-se a bimby e vê-se as velocidades que vão ser precisas e, passo a passo, colocam-se os ingredientes... uma pitada de amizade (onde andas? nem isso já existe), uma colher de chá de ciúme (um pouco nunca fez mal a ninguém), um litro de amor apaixonado (como é bom sentirmo-nos assim) e voilá! Sai um muffin/coração bem bonito e pronto a servir ao próximo.

É tudo uma questão de perspectiva e de virar a vida do avesso. Decisões. Arriscar.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Promiscuidade...what's the point?

Começo por lançar a pergunta: consegue-se mudar alguém promíscuo?
Atentemos na palavra "promiscuidade". É um comportamento sexual no qual uma pessoa mantém várias relações, afectivas ou meramente sexuais, ao mesmo tempo. Mais, sem ter qualquer remorso em fazê-lo. Ser promíscuo é ser leviano, irresponsável. Na sociedade ocidental, chamar alguém de promíscuo constitui uma grande ofensa, na medida em que o conceito em si carrega uma enorme carga negativa.
Será que se consegue já responder à pergunta inicial? A promiscuidade sendo um comportamento de origem social, em princípio, é possível modificar mas acarreta uma mudança ao nível da mentalidade. Isso meus amigos a pessoa que manifesta comportamentos promíscuos pode não querer fazer ou nem se dar conta.
Não se nasce, portanto, promíscuo. Encontramos sim modelos sociais que convergem em si mesmos estes comportamentos e, por aprendizagem social, seguimos os ditos comportamentos. Os nosso amigos, por exemplo. Na adolescência, os amigos têm um papel preponderante, por vezes, mais até que os pais. São os pares que ditam a "moda". Se um faz, o outro tem que fazer.
O pior acontece quando os adolescentes têm como padrão adultos com comportamentos desviantes. Sim, percebe-se agora que o comportamento promíscuo é em si anómico, um desvio à regra. Na nossa sociedade ainda não é aceite nem visto como normal um homem ou mulher andarem a ter sexo com várias pessoas ao mesmo tempo.
Em algumas sociedades africanas sabe-se que o chefe da tribo tem várias mulheres. A poligamia é um acto bastante recorrente nestas sociedades, porém, não se estranha muito pois sempre foi assim e é transmitido por aculturação geração após geração.
Localizemo-nos em Portugal. No nosso país ser-se promíscuo é mal visto. Sim, é erróneo num dia beijarmos alguém e no outro dia estarmos a dar a mão a outro(a).
Porque nos custa sermos fiéis? Qual o prazer em ser-se promíscuo?
X conheceu um Y promíscuo. Y passara pela já referida modelagem social feita por um adulto desviante. X pensara que por amar Y conseguia alterar o seu comportamento. Durante algum tempo, enquanto namoraram, isso foi alcançado. Contudo, mal terminou a relação, as acções errantes por parte de Y recomeçaram. Coisas como idas a discotecas para engates de uma noite, encontros fortuitos em carros a alta velocidade, masturbações de 10 minutos em varandas.
Como X's há muitos. Pessoas que acreditam no amor e que pensam poder mudar o mundo. E, amigos, acreditem que Y's existem mais ainda. Pessoas que têm medo do compromisso, da entrega total a um companheiro, que sofreram no passado por amor, que viram a sua relação ser terminada de forma brusca e desiludiram-se com o amor, pessoas ainda que foram traídas e que, como vingança, encetam traições como forma de retaliação. Não são diferentes de nós. Nem piores, nem melhores. São pessoas.
Podemos mudar uma pessoa promíscua? Eis uma pergunta que cuja resposta ainda é um buraco negro, em que quanto mais se entra, mais escuro se fica e mais nos perdemos na procura da sua solução.
Acredito, mas este é o meu ponto de vista singelo, que um grande amor pode quebrar um ciclo de comportamentos promíscuos e a perda desse amor recomeçar o ciclo.
Can love be promiscuous?