Parece que é desta. Regressei ao blog, pois a vontade de escrever era imensa.
Devo confessar que pensei iniciar um com a minha melhor amiga Andreia. Um blog sobre o amor e as suas aventuras e, porque não, desventuras. Não seria fidigno sem os dissabores das relações amorosas. Como não passou dum projecto, dum devaneio momentâneo, aqui estou a escrever novamente, passado um dia num misto de sweet profusion.
De noite as ideias fluem facilmente e a própria noite é companheira e confissora da escrita. Nesta altura do dia, em que o silêncio é sepulcral, poucas pessoas vagueiam na rua, o vento bate na janela provocando um arrepio na espinha e o som da chuva aproxima-se gradativamente, sinto-me mesmo no ponto de rebuçado para dissecar o que me vai na alma.
Consigo acreditar no amor? Já se passou tanto tempo que, honestamente, não sei bem o que é sentir que o mundo rui à nossa volta com a ausência do amado. Não me recordo do que é esperar um mês para ir ter a uma cidade distante da minha para poder estar um dia, dois no máximo a seu lado. Será que ainda saberei escrever poemas, cartas de amor e serei capaz de enviar músicas que me dizem muito para alguém?
Já se passou mesmo muito tempo e a fonte secou. A espera tem sido longa e penosa. Pago bem caro por decisões tomadas no passado que mudaram decisivamente a minha vida e só devo a mim a escolha desse caminho. Posso, ainda assim, sentir-me culpado todo o dia. Mas nada disto altera. O arrependimento não traz de volta o meu amor. Não posso viver novamente com o coração nas mãos, com a ânsia de estar no último lugar do autocarro e ver que só faltam 5 minutos para chegar à estação-destino. Não posso porque uma vez ferida e despedaçada a alma, a mesma não consegue esquecer e voltar ao que era. Sim, voltar ao que era, trata-se disso mesmo. Gostaríamos de voltar ao que era, ao porto seguro. Mas a chuva continua, o vento ainda bate na janela e o frio invade o meu quarto. Estou só. Não se encontra ninguém a meu lado.
No entanto, prefiro assim. Agarro-me às memórias dos tempos felizes, do que tive e não procuro refúgio em abrigos de uma noite, escolhas que nos preenchem transitoriamente. Nesse aspecto, sou forte. Tenho-o sido.
A vida ensinou-me que há coisas que à primeira não correm bem. Dou-vos o exemplo de quando conhecemos um colega de trabalho que acaba de chegar à nossa empresa. Este vem abalar o ritmo e espírito de equipa, porque forçosamente quer se ambientar, "enturmar". Ao primeiro impacto, não damos oportunidade ao elemento recém-chegado. Evitamo-lo, repudiamo-lo. Todavia, com o tempo percebemos que fomos injustos e que até sofremos o mesmo, que também nós fomos palmeirinhas na ilha milenar e fomos objectos de repulsa por parte dos colegas mais experientes, prata da casa. Aprendemos deste modo a dar uma hipótese. Claro que podemos nos vir a arrepender da mesma, mas não interessa tanto agora isso. Interessa sim perceber que desafiámos as nossas estruturas pré-concebidas. Muitas das vezes não nos arrependemos das segundas hipóteses.
Acontece que há um tempo para perdoar e há um tempo para esperar pelo perdão. Este último esgota-se e começa-se a ficar aberto a novas aparições de sensações.
Era tudo mais fácil se amar alguém fosse como programar a Bimby para fazer muffins. Arranja-se os ingredientes, prepara-se a bimby e vê-se as velocidades que vão ser precisas e, passo a passo, colocam-se os ingredientes... uma pitada de amizade (onde andas? nem isso já existe), uma colher de chá de ciúme (um pouco nunca fez mal a ninguém), um litro de amor apaixonado (como é bom sentirmo-nos assim) e voilá! Sai um muffin/coração bem bonito e pronto a servir ao próximo.
É tudo uma questão de perspectiva e de virar a vida do avesso. Decisões. Arriscar.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
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1 comentário:
oh here it goes again...
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